Imagine viver uma vida de opressão e submissão, sendo escravo desde a infância.
Agora, imagine que essa mesma pessoa se torna um líder temido de uma gangue de bandidos que aterroriza uma região inteira.
Parece um enredo de um filme, mas a história de Moisés, também conhecido como “Moisés, o Etíope”, é real.
Mas sua vida mudou drasticamente quando ele encontrou os monges que viviam isolados perto de Alexandria.
Leia a seguir a incrível jornada desse homem que se tornou um dos mais famosos Padres do Deserto do início do Cristianismo e o apóstolo da não-violência
Nascimento: 330 – Império de Axum (atual Etiópia)
Morte: 19 de junho de 405 – Xee-Hite, Egito
Dia: 28/08
Origem:
A vida de Moisés parecia destinada à opressão e à submissão.
Desde sua infância, ele foi escravo de um oficial do governo egípcio.
Perdição:
Desde muito cedo, Moisés mostrou propensão ao crime. Seu mestre o mandou embora por roubo e suspeita de assassinato.
Logo, ele se tornou líder de uma gangue de 35 bandidos que atuava na área do Vale do Nilo, cometendo roubos e assassinatos.
Todos tinham medo dele e ninguém o enfrentava.
Além da violência dos seus atos, ele era grande e forte e isso contribuía para sua impunidade e respeito dentro e fora da quadrilha.
Redenção:
Ele procurou os monges que viviam isolados perto de Alexandria.
A razão não é muito clara. Uns dizem que fugindo das autoridades locais e foi se esconder. Outros dizem que foi por arrependimento e buscando Deus.
Independentemente disso, a dedicação, o comprometimento e a paz daqueles homens tocaram o coração de Moisés.
Apesar das dificuldades de se adaptar àquela vida do mosteiro, ele se manteve e foi ordenado padre.
Obras:
No mosteiro, Moisés levou uma vida de servidão. Inicialmente, sua tarefa era trazer água do poço, principalmente para os monges mais idosos, que moravam longe e que não tinham mais força física para puxar água.
Viveu uma vida marcada pelo jejum e pela oração.
Ele se tornou um dos mais famosos Pais do Deserto do início do Cristianismo. Assumiu o papel de líder espiritual dos eremitas do deserto.
Um dia, o mosteiro foi alvo de um ataque de uma quadrilha de bandidos do deserto.
Graças ao porte físico de São Moisés, ele conseguiu deter os ladrões e os levou até a capela onde os outros monges rezavam para que o grupo decidisse o que fazer com eles.
Obviamente que os monges decidiram poupar as vidas deles, talvez oferecendo algo que esses homens nunca tenham visto antes: um ato de compaixão.
Surpreendentemente, este gesto fez com que os bandidos, tocados pela experiência e pela benevolência, abandonassem seus caminhos antigos e assim eles se tornaram monges, trilhando um novo caminho espiritual.
Ida aos Céus:
Conta-se que um dia, São Macário, o grande previu ao grupo de monges que um deles seria destinado ao martírio.
São Moisés disse que seria ele, se lembrando do seu passado e da passagem da bíblia que diz que
- Jesus … lhe disse: “Embainha tua espada, porque todos aqueles que usarem da espada, pela espada morrerão”.
Mateus 26, 52
Não se passou muito tempo até que os bárbaros atacassem o mosteiro.
Sabendo do ataque, Moisés instruiu os monges a fugirem para o deserto.
Ele, aos 75 anos, e outros sete monges optaram por ficar no mosteiro.
Todos acabaram sendo mortos.
Seu corpo está enterrado no Monastério da Virgem Maria de El-Baramous da Igreja Ortodoxa Copta, no Egito.
Hoje, ele é considerado o apóstolo da não-violência.
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