Santa Maria do Egito é uma das figuras mais notáveis da tradição cristã ortodoxa.

Sua história é repleta de contrastes e transformações, desde sua juventude marcada pela busca incessante por sexo até sua vida de eremita no deserto.

Sua história é contada em uma das mais famosas hagiografias (biografias de santos) da tradição cristã oriental.

Neste texto, vamos contar a história de Santa Maria do Egito e explorar os significados

mais profundos de sua jornada de redenção e cura espiritual.

Nascimento: 458 – Egito

Morte: 2 de abril de 522 – Palestina

Dia: 02/04

Origem:

Tudo o que se sabe é que aos 12 anos de idade, ela saiu de casa, onde morava com os pais.

Ela se dirigiu para Alexandria, uma grande cidade da época.

Perdição:

Sabe-se que ela foi para Alexandria em busca de sexo.

Disse que era dirigida “por uma paixão insaciável e irreprimível”.

Alguns a retratam como prostituta, mas ela dizia que recusava o dinheiro.

“Agia dessa maneira para fazer com que, tantos homens quantos fosse possível desejassem possuir-me, fazendo de graça o que me dava prazer.”

Para comer, era pedinte e trabalhava tecendo.

Ela viveu essa vida por 17 anos.

Redenção:

Ela fez uma espécie de anti-peregrinação. Resolveu ir para Jerusalém na Grande Festa da Exaltação da Santa Cruz. Não pela cruz, mas pela festa.

Pagou a passagem com sexo e foi seguindo esse mesmo comportamento durante a viagem e até mesmo em Jerusalém.

Mas tudo mudou na vida de Maria quando ela tentou entrar na Igreja do Santo Sepulcro.

Ela foi se espremendo no meio do público até a porta da igreja.

Mas na hora de entrar, uma força invisível a impediu. Ela simplesmente não conseguia entrar.

Ela tentou por várias vezes, mas parecia que tinham soldados de pé que a impediam de entrar, apesar de não haver nenhum impedimento visível.

Todos entraram menos ela.

Esgotada e sem mais forças, ela ficou no canto da porta.

Com grande dificuldade, ela começou a perceber que era o tipo de vida que ela levava que a impedia de entrar.

Maria começou a chorar, a lamentar, a bater no peito e a suspirar.

Ainda chorando, ela viu um ícone da Virgem Maria do lado de fora da igreja, ela pediu perdão por seus pecados e prometeu que renunciaria ao mundo e às suas tentações.
Ela prometeu também que iria onde quer Nossa Senhora a conduzisse.

Assim, foi permitido que ela entrasse na igreja, sentindo que a mesma força que a impedia antes, a conduzia para dentro da igreja.

Ao sair, resolveu agradecer ao mesmo ícone e ouviu uma voz que disse:

“Se tu atravessares o Jordão irás encontrar glorioso repouso.”

Um estranho resolveu dar-lhe 3 moedas e com elas comprou 3 pães e partiu em direção ao rio Jordão.

Rezou na igreja de São João Batista, lavou o rosto e as mãos no rio.

Parou na Igreja do Precursor (talvez seja a própria igreja de São João Batista) onde comungou, comeu metade de um dos pães e caminhou até chegar ao deserto.

Obras:

Ela se tornou uma eremita no deserto, onde viveu solitária por 47 anos, procurando se manter longe das pessoas, fugindo delas.

Lá ela viveu uma vida de oração e jejum.

O restante dos tais pães, que ela tinha comprado ao sair da Igreja do Santo Sepulcro, levaram anos até serem totalmente comidos, mesmo estando “duros como pedra”.

Depois, ela passou a se alimentar de ervas e de tudo o que pudesse encontrar (no deserto não tinha muito o que ser encontrado).

A sua maior obra foi a sua luta interna que travou arduamente, com todas as lembranças que tinha, de todas as tentações que vinham.

Quando tinha fome ou sede, se lembrava da comida que tinha em abundância e do vinho que ela adorava.

As vezes, as músicas com letras nada cristãs que ela conhecia vinham na mente dela e ela quase chegava a cantar.

Mas batia no peito, se lembrando do voto que tinha feito a Nossa Senhora.

O pior é quando a vontade de sexo vinha e ela ficava por muito tempo jogada no chão, às vezes por um dia inteiro, chorando e lutando contra as suas vontades.

No entanto, tudo foi superado. Cada tentação, cada lembrança, cada vício.

Ida aos Céus:

Um dia, o monge Zózimo a viu andando sobre as águas do rio Jordão.

No início, ele achou que era uma miragem, pois estava fazendo a sua penitência da Quaresma.

Mas quando foi tranquilizado por Maria, que contou a ele toda a sua história, que pediu que não contasse a ninguém até que Deus a tirasse desse mundo.

E lhe pediu a eucaristia no dia da Ultima Ceia naquele mesmo horário em que conversavam, pois tinha sido a hora quando ocorreu a Ultima Ceia.

Após isso ela voltou para o deserto.

Um ano depois, o monge voltou para visitá-la, também durante a Quaresma.

Ele a encontrou morta, mas seu corpo estava perfeitamente conservado.

Segundo a escrita no chão, ela teria morrido no mesmo dia em que comungou pela última vez.

Sua história foi escrita no livro Vita de São Sofrônio e é lida durante toda a Quinta-feira da Paixão no Rito Bizantino.

Hoje ela é considerada a padroeira da castidade.

Seu corpo está na igreja de São Brás na Croácia.

A propósito, esta igreja tem o corpo incorrupto de vários santos.

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